BRINCANDO COM O DINHEIRO ALHEIO

BANDO DE TRAÍRAS IRRESPONSÁVEIS - Cora Rónai.

O texto abaixo foi transcrito da seção de Cora Rónai, O Globo, segundo caderno, 23/04/09, e que agora REPASSO...

Finalmente parece que começamos a ver o início de uma rebelião contra o estado de coisas que assola o país.
Leia com atenção e repasse. Façamos a nossa parte.

"Na entrevista que deu à "Veja" esta semana, Michel Temer, a excelência-mor, disse que, no Congresso Nacional, há "confusão entre o que se pode fazer e o que não se pode fazer"; disse ainda que "há falhas no controle" e que "os erros de poucos não podem contaminar a instituição".
Como contribuinte às voltas com o assalto do imposto de renda, de um lado, e, do outro, o noticiário simplesmente obsceno da política, tive que respirar fundo e contar até dez _ várias vezes_ para não ter um ataque de fúria. Não basta ter cara de pau para dizer isso, é preciso também subestimar, em altíssimo grau, a inteligência dos leitores. Prevarique, excelência, já que ninguém lhe disse que prevaricar não se pode fazer, mas, por favor, não me chame de burra!
Qualquer criança razoavelmente educada sabe, muito bem, o que pode e o que não pode fazer. Vai me dizer agora que um bando de marmanjos não sabe? O fato de não existir regulamentação proibindo congressistas safados de levarem a família de férias às custas do contribuinte não significa, em absoluto, que qualquer congressista safado esteja autorizado a fazê-lo. É mais do que evidente, para qualquer pessoa com um mínimo de dignidade e de boa fé, que verbas públicas não podem ser usadas para fins privados. Qual é a regra que está faltando para que a politicalha entenda isso?
Em que mundo levitam as excelências que não percebem que os seus gastos nababescos custam o suor de brasileiros que trabalham de verdade? Em que mundo vivem as excelências que acham normal que seus filhinhos mimados torrem dezenas de salários mínimos em conta de celular, só assim? Em que mundo vivem as excelências que, não contentes em alugar jatinhos às nossas custas, ainda têm a petulância de posar como partes ofendidas? Em que mundo, afinal, se homiziam essas excelências que, pegas em flagrante, reagem afirmando que "faltam regras claras"?
Ora, o que falta, excelências, é apreço à democracia, é amor pelo país, é compaixão pelo povo que trabalha de sol a sol e não tem escola, não tem hospital, não tem nada.
O que falta é vergonha na cara!"
_____________________________________________
Repasse esse texto de Cora Rónai a quantos você puder. Assim você estará exercendo verdadeira cidadania, e se engajando na luta contra os que estão levando o país ao ponto de onde não mais haverá volta, ou seja, o caos total.

Comentário do Blog
Esse são os representantes que elegemos. É preciso trabalharmos a população para fiscalizar e lutar para que deputados que só visam o seu próprio bem não mais seam eleitos. É preciso começar a conscientização, este pode ser um passo em busca de dias melhores.

1 comentários:

Gilberto Telmo disse...

Meu Caro Reginaldo
Estou em BH, curtindo a minha filha bem-amada e fugindo das canseiras e da rotina do trabalho. Todas as manhãs, após o café, visito O TORTO e o blog do Cristiano. É como mato as saudades de Quixadá e fico em dia com as notícias.
Concordo com seu comentário sobre o artigo-desabafo de Cora Rónai. O trabalho de cosncientização é custoso e de longo prazo. Embora a educação não seja uma panacéia que cure todos os males, é o caminho mais seguro para que nossa gente possa alcançar a plena cidadania. Foi nessa crença que ajudamos a consolidar a instituição FECLESC que deu uma inequívoca contribuição para a mudança dos costumes políticos aí e alhures.
Os "cadernos do povo brasileiro", uma publicação dos tempos que antecederam a ditadura sanguinária, tinha como lema: "povo esclarecido é povo soberano".
É isso, caro Reginaldo. Essa é a chave. A educação liberta, redime. A educação transforma. É uma premissa da cidadania. Como disse o extraordinário e saudoso Augusto Boal, recentemente falecido, "cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma".
Em tempos de calmaria, de meia democracia, é papel de todos espernear, denunciar os maus políticos e bani-los da vida pública. Só a educação poderá transformar o homem e a partir de então transformar a sociedade na conquista plena da cidadania.
Grande abraço