AS MENINAS DO JÔ

JÔ SOARES E O 'CAÇADOR DE MARAJÁS'
Nos momentos mais deprimentes das “baixarias na política”, como na atual crise do Senado, Jô Soares sempre leva ao seu programa da TV Globo várias comentaristas globais para espinafrar os políticos e desqualificar a política. São as tais “meninas do Jô”, sempre tão venenosas e cheias de certezas.

Por Altamiro Borges, em seu blog

No programa desta quarta-feira (15), as jornalistas Cristiana Lobo, Lúcio Hippolito, Lilian Witte Fibe, Flávia Oliveira e Ana Maria Tahan concentraram seus ataques no recente aperto de mão do presidente Lula ao senador Collor de Mello, numa solenidade pública em Alagoas. Para elas, travestidas de vestais da ética, este gesto seria a prova definitiva de que política não presta.

As “meninas do Jô” só deixaram da lembrar aos telespectadores sem memória que a candidatura de Collor de Mello, em 1989, foi fabricada nos sinistros laboratórios da própria TV Globo. Elas inclusive evitaram utilizar a expressão “caçador de marajás”, cunhada na época para alavancar o político alagoano e evitar a vitória de Lula, o temido líder grevista daquele período.

Elas também nada falaram sobre a manipulação grosseira feita pelo Jornal Nacional da edição do debate entre os dois candidatos, nas vésperas daquele pleito. E ainda omitiram a informação de que a família de Collor de Mello ainda é proprietária da empresa afiliada da TV Globo em Alagoas.

Anarquista ao gosto do patrão

Diante das baixarias da famíglia Marinho, o recente aperto de mão é apenas um gesto protocolar! Com seu humor tendencioso, Jô Soares nunca cobrou qualquer autocrítica de seus patrões.

Além das “meninas do Jô”, ele poderia ouvir o professor Venício de Lima, que no livro Mídia — Crise Política e Poder no Brasil desmascara as manipulações da TV Globo na eleição do “caçador de marajás” e em outros episódios lamentáveis da nossa história recente. Também poderia convidar o professor Bernardo Kucinski, que no livro A Síndrome da Antena Parabólica denuncia o total colapso da ética na mídia brasileira e o papel nefasto da famíglia Marinho na política nacional.

Até algum tempo atrás, Jô Soares ainda seduzia muita gente. Na época da ditadura, que contou com o apoio ativo da TV Globo até a reta final da campanha das “Diretas-Já”, ele fez um humor corajoso de denúncia da censura e dos militares. Após a conquista da democracia liberal, ele se deu por satisfeito e nunca mais incomodou os poderosos e os barões da mídia.

Maroto, ele vestiu a oportuna fantasia do “anarquista”. O falecido professor Maurício Tragtemberg, um intelectual anarquista autêntico, costumava zombar destes anarquistas “riquinhos”, que fazem suas críticas comportamentais, mas não tem qualquer compromisso com a justiça social.


COMENTÁRIO DO BLOG

Ainda esquecem as meninas que Lulahoje éum Chefe de Estado, representante do povo e Fernando Collor, Senador representante do seu Estado, onde ambos devem respeito recíproco, prinipalmnte em um atopúblico coono caso.

E assim,devemos tomar cuidado com a idéia que a mídia que nos passar, principalmnte com a Rede Globo.

4 comentários:

Gilberto Telmo disse...

Jô Soares é um bem nascido que estudou na Suiça e teve uma educação esmerada. Deveria usar sua bagagem cultural de maneira construtiva. No entanto usa o precioso espaço de uma TV para disseminar a crítica mal intencionada e o deboche a serviço da Globo e daqueles que, apeados do poder,são viúvas da ditadura a quem a emissora sempre serviu de maneira subserviente.
Quanto às "meninas" do Jô, eu me recuso a tecer qualquer comentário em respeito ao gênero feminino que elas envergonham.

CARLOS MORENO NETO disse...

E assim caminha a "humanidade petista". Concordo com o blog quando diz que não há nada de errado duas autoridades públicas dividirem o mesmo palanque numa inauguração ou evento público, é verdade, é praxe nas Nações politicamente civilizadas e evoluídas culturalmente. Mas não dá pra disfarçar minha indignação relativa ao Lula de ontem e o Lula de hoje. Como é mesmo o título daquela música do Paralamas que o grupo atribuiu a letra ao ontem Deputado e hoje Presidente do Brasil? Eu lembro perfeitamente: Luiz Inácio falou, Luiz Inácio falou, "são trezentos picaretas com anel de Dr"... E hoje, quem te viu, quem te vê, o Presidente do Brasil é aliado e faz política com alguns dos maiores picaretas do Brasil... Querem alguns exemplos? Aí vai:Fernando Collor, Renan Calheiros, Jáder Barbalho, Paulo Maluf, José Sarney e por aí envereda... Em que pese o respeito e admiração que tenho pelo Prof.Telmo, homem de bem e que fez história no nosso Quixadá, pela sua retidão, independência e acima de tudo inteligência, relegar ao 2o.plano os desvios éticos do atual Presidente do Brasil ao argumento de que se trata mais uma vez de atitudes das elites conspiradoras e apeadas do poder do nosso país é algo que pode até servir de consolo para os mais ingênuos, mas para mim não conforta não. Segue abaixo um interessante comparativo entre os petistas de ontem e os de hoje, que vi na Folha de S.Paulo e achei bastante interessante:
O que o petista não precisa mais fazer:
1. Lembrar que Lula já chamou Sarney de ladrão.

2. Recordar as baixarias do Collor na eleição de 89.

3. Posar de torquemada em sessões de CPI.

4. Gritar ‘Fora, FMI’.

5. Ler Neruda.

6. Comer frango com a mão.

7. Beber cachaça.

O que o neopetista não pode deixar de fazer:
1. Rezar por Sarney antes de dormir.

2. Admitir que foi injusto com o Collor.

3. Negociar com o Renan a tática anti-CPI.

4. Exaltar o socorro do Brasil ao FMI.

5. Ler Marimbondos de Fogo.

6. Aprender a manusear os talheres.

7. Folhear um bom guia de vinhos.

E assim caminha a "humanidade petista"....!!!

Walber disse...

Muito, muito bom, concordo plenamente. Estão de parabens!

Fabio New Jersey disse...

Eu tenho uma tese sobre o sumico das " meninas "

No ultimo programa quando debatiam sobre a polemica lei do pre sal que tramitava no congresso , Flavia Oliveira jogou na cara de Lillian Fibe que esta era contra a criacao de uma nova estatal para gerenciar o pre sal porque Lillian tem muitas acoes da Petrobras . Como Flavia sabia desta informacao de caracter privado de Lillian eu nao sei mas todos ficaram atonicos com que Flavia disse .

Criar ou nao criar uma nova estatal . Eis a questao

Quantos sao os jornalistas , formadores de opinioes e donos de meio de comunicacoes que investem na Petrobras ?
Com a criacao de uma noval estatal , que seria melhor para o pais , a Petrobras sairia perdendo porque suas acoes nao valorizariam .

Ai que mora o perigo . Entenderam porque varios da imprensa foram contra a criacao desta nova estatal ?