http://quemevivo.blogspot.com/2009/08/tem-gato-na-tuba-do-depoimento-de-lina.html
Jabuti não sobe em árvore. Se subiu, só se alguém botou.
Quem assistiu pelo menos parte do depoimento da ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, na Comissão de Constituição e Justiça, com transmissão pela TV Senado e Globonews, vai lembrar que um cidadão constantemente sussurrava uns bizus no ouvido da moça. Isso é normal, coisa de assessor. Só que o cara não parava quieto.
Essa vontade de aparecer a qualquer custo tem seu preço. No meio de uma pergunta do Mercadante, o assessor lá estava cochichando nas orelhas da Lina. O bigodudo petista, que já estava meio enfurecido, deu-lhe um esporro, pois estava atrapalhando o trabalho da comissão.
Pois é, o cara chamou tanta atenção que foram descobrir quem era. Não era assessor coisa alguma. Era o marido da Lina.
Até aí, tudo bem. É que nem um velho anúncio do Gelol: não basta ser marido, tem que participar.
Ontem, lendo o blog Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, deparei-me com a seguinte informação: o marido da Lina, publicitário e marqueteiro no Rio Grande do Norte, chama-se Alexandre Firmino de Melo Filho e foi (pasmem) ministro interino da Integração Nacional durante quase um ano (entre agosto de 1999 e julho de 2000), no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Ou seja, mais um episódio da novela “Como é sujo o jogo da política”. Foi, portanto, encenação pura aquele depoimento sobre um encontro que a depoente teria tido com Dilma Rousseff numa data que não soube precisar – nem hora, nem dia, nem semana e nem mesmo o mês em que aconteceu.
A ex-secretária da Receita parecia firme, sincera e convincente, apesar desses “detalhes”. Mas o maridão foi arroz de festa e estragou tudo.
Alguém leu essa notícia em qualquer grande jornal?
Agora, imagine o oposto. Vamos que outra senhora, dona Maria das Couves, ocupasse o mesmo cargo num futuro governo tucano.
Foi demitida por esse governo, tomou ódio de alguém desse mesmo governo e, quando surgiu a oportunidade, resolveu abrir a boca, sendo assessorada pelo marido que, antes daquele governo, foi ministro do PT.
Não seria desmascarado logo que entrasse na sala da comissão?
Tem gato na tuba desse depoimento. Na caixinha de música, o coral Garganta Profunda canta essa pérola do Braguinha.