O MUNDO ASSISTE CONSTERNADO A DESTRUIÇÃO DO HAITI. PERDEMOS TODOS ZILDA ARNS, UMA COMBATENTE DA DESNUTRIÇÃO INFANTIL



Queridos amigos, queridas amigas
Ainda estamos impactado diante da catástrofe que se abateu sobre o Haiti, o mais miserável dos países da América Latina. As imagens mostradas pela mídia revelam um quadro dantesco que lembra um filme de ficção científica.
A lamentar mais que as perdas materiais que dificultam uma assistência adequada aos sobreviventes, são as perdas humanas. Sentimos, de modo particular, a morte dos militares brasileiros da missão de paz da ONU e, principalmente, da Dra. Zilda Arns.
No mesmo patamar de Betinho, de seu irmão D. Paulo Evaristo Arns, de D. Lorscheider, de D. Helder e de uns poucos heróis nacionais, Zilda Arns se elevou acima de sua própria estatura e mostrou para o mundo que é possível erradicar a fome e a miséria absoluta.
Nos dias de hoje rareiam as pessoas virtuosas. Esse país é o valhacouto de pilantras acobertados pela impunidade. É o país dos mensalões, dos propinodutos, dos “podres poderes”: executivo, legislativo e judiciário irmanados pelo traço comum da corrupção.
Rui Barbosa preconizou: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
É por essa e tantas outras razões que o desaparecimento de Zilda Arns torna-se uma perda definitivamente irreparável.
Vejamos o que diz sobre ela a Wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Zilda_Arns
Zilda Arns Neumann (
Forquilhinha, 25 de agosto de 1934Porto Príncipe, 12 de janeiro de 2010) foi uma médica pediatra e sanitarista brasileira.
Irmã de
Dom Paulo Evaristo Arns, foi também fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança[1] e da Pastoral da Pessoa Idosa, organismos de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Recebeu diversas menções especiais e títulos de
cidadã honorária no país. Da mesma forma, à Pastoral da Criança foram concedidos diversos prêmios pelo trabalho que vem sendo desenvolvido desde a sua fundação.
Vida e obra
O casal de
imigrantes alemães Gabriel Arns e Helene Steiner teve 16 filhos. Zilda, a 13ª criança, nasceu em Forquilhinha, no interior de Santa Catarina. Em 26 de dezembro de 1959, casou-se com Aloísio Bruno Neumann (1931-1978), com quem teve seis filhos: Marcelo (falecido três dias após o parto), Rubens, Nelson, Heloísa, Rogério e Sílvia (que faleceu em 2003 num acidente automobilístico). Zilda Arns era avó de nove netos.
Formada em
medicina pela UFPR, aprofundou-se em saúde pública, pediatria e sanitarismo, visando a salvar crianças pobres da mortalidade infantil, da desnutrição e da violência em seu contexto familiar e comunitário. Compreendendo que a educação revelou-se a melhor forma de combater a maior parte das doenças de fácil prevenção e a marginalidade das crianças, para otimizar a sua ação, desenvolveu uma metodologia própria de multiplicação do conhecimento e da solidariedade entre as famílias mais pobres, baseando-se no milagre bíblico da multiplicação dos dois peixes e cinco pães que saciaram cinco mil pessoas, como narra o Evangelho de São João (Jo 6:1-15).
A sua prática diária como médica
pediatra do Hospital de Crianças César Pernetta, em Curitiba, e, mais tarde, como diretora de Saúde Materno-Infantil da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, teve como suporte teórico as seguintes especializações:
Educação em Saúde Materno-Infantil, na Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo (USP);
Saúde Pública para Graduados em Medicina, na Faculdade de Saúde Pública (USP)
Administração de Programas de Saúde Materno-Infantil, pela
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) /Organização Mundial da Saúde (OMS), e Ministério da Saúde
Pediatria Social, na
Universidade de Antioquia, em Medellín, Colômbia
Pediatria, na
Sociedade Brasileira de Pediatria
Educação Física, na Universidade Federal do Paraná
Sua experiência fez com que, em
1980, fosse convidada a coordenar a campanha de vacinação Sabin, para combater a primeira epidemia de poliomielite, que começou em União da Vitória, no Paraná, criando um método próprio, depois adotado pelo Ministério da Saúde.
Em
1983, a pedido da CNBB, criou a Pastoral da Criança juntamente com o presidente da CNBB, dom Geraldo Majella, Cardeal Agnelo, Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil , que, à época, era Arcebispo de Londrina. No mesmo ano, deu início à experiência a partir de um projeto-piloto em Florestópolis, Paraná. Após vinte e cinco anos, a pastoral acompanhou 1 816 261 crianças menores de seis anos e 1 407 743 de famílias pobres em 4060 municípios brasileiros. Neste período, mais de 261 962 voluntários levaram solidariedade e conhecimento sobre saúde, nutrição, educação e cidadania para as comunidades mais pobres, criando condições para que elas se tornem protagonistas de sua própria transformação social.
Para multiplicar o saber e a solidariedade, foram criados três instrumentos, utilizados a cada mês:
Visita domiciliar às famílias
Dia do Peso, também chamado de Dia da Celebração da Vida
Reunião Mensal para Avaliação e Reflexão
Em
2004, recebeu da CNBB outra missão semelhante: fundar e coordenar a Pastoral da Pessoa Idosa. Atualmente mais de cem mil idosos são acompanhados mensalmente por doze mil voluntários de 579 municípios de 141 dioceses de 25 estados brasileiros.
Dividia seu tempo entre os compromissos como coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e a participação como representante titular da CNBB no
Conselho Nacional de Saúde, e como membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
Em
Brasília, militares da Aeronáutica colocam em um carro do Instituto Médico Legal um caixão metálico com o corpo de Zilda Arns.
Zilda Arns encontrava-se no
Haiti em missão humanitária e preparava-se para uma palestra sobre a Pastoral da Criança, na Conferência dos Religiosos do Caribe. Foi uma das vítimas fatais do forte terremoto que atingiu Porto Príncipe, em 12 de janeiro de 2010.

0 comentários: