GOVERNO OBSCURANTISTA OPTOU POR PERSEGUIR EDUCADORES E SE ACUMPLICIAR COM OS MERCADORES DA EDUCAÇÃO PARA FORMAR ALIENADOS SUBSERVIENTES



"E existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!..."
(Castro Alves)
AMIGOS E AMIGAS INTERNAUTAS


Os professores das Universidades Públicas do estado do Ceará há mais de vinte e quatro anos lutam pela reimplantação do PISO SALARIAL concedido através de lei do governador Gonzaga Mota em 1986. O governo do estado já perdeu em todas as instãncias da justiça, inclusive no Supremo Tribunal Federal e tal qual o Dick Vigarista da Corrida Maluca usa de todos os artifícios lícitos e até não lícitos para se furtar ao cumprimento da decisão da Suprema Corte.
E é por isso que continuamos na luta. Nosso blog PISO SALARIAL AGORA registra essa saga dos professores das IES estaduais.
Nossa motivação é a defesa de nossa dignidade, de nossa cidadania. Não é um mero capricho ou teimosia. É uma luta insana como a do pescador protagonista de O
Velho e o Mar a magistral obra de Hemingway.
O que esperam de nós nossos familiares e nossos alunos?
A nossa resistência. A luta sem tréguas e sem vacilações contra a prepotência. A vitória definitiva será apenas a consequência. O nosso legado mais importante não é o resultado traduzido em compensação financeira. Até porque a reimplantação do PISO SALARIAL não vai restituir a vida de companheiros que morreram e que poderiam ter desfrutado de uma melhor qualidade de vida antes de partir. Também não vai resgatar a saúde daqueles que acometidos por moléstias e fragilizados pela velhice e a desesperança poderiam estar bem melhor se tivessem meios para suprir suas necessidades básicas de alimentação, moradia e saúde.
A arbitrariedade e a sonegação de nossos direitos nos reduziu a párias da sociedade. Inobstante os maus tratos temos cumprido o nosso dever. Ao longo de mais de trinta anos fomos nós e não o governo quem garantiu para essas Universidades Estaduais(UECE, URCA e UVA) uma sobrevivência digna, a formação de cidadãos e cidadãs muito mais que apenas mão de obra para o mercado de trabalho.
Foi a nossa presença no Interior do estado uma inequívoca contribuição para elevar o nivel de consciência da população. Na pior das hipóteses, para melhorar o "nivel das conversas de botequim" como afirmava o saudoso amigo Paulo Petrola. Levamos a luz para os grotões onde a penumbra permitia, secularmente, a escravização das mentes. Mudamos o cenário político em muitos municípios. De nossas faculdades sairam muitos gestores na área da educação que ajudaram a mudar o perfil do ensino fundamental e do ensino médio. Contribuimos para a emancipação da mulher interiorana reduzida anteriormente ao papel de dona de casa e hoje com poder de decisão no lar, insubmissa, falando de igual para igual com o parceiro prepotente. Sofremos discriminação e pressões políticas de conservadores. Resistimos. Sacrificamos muitos de nossos sonhos pessoais e de nossas vidas familiares. Fomos os pioneiros nessa arrancada. Desbravamos corajosamente o Sertão pavimentando a estrada para o futuro. E o futuro já chegou. Isto nos conforta e nos envaidece.E esta revolução cultural foi feita. Temos plena consciência do esforço dispendido e dos resultados obtidos.
Há quem aposte no retrocesso, mas isto é outra história.
Fomos e somos atores nesta história de conquistas. Mas isto não nos basta. Queremos e exigimos justiça. Mesmo que esta seja nossa última batalha (e acreditemos que seja) e que tenhamos de pagar por ela um preço muito alto. Pagaremos. Se nada mais temos a perder também nada temos a temer.
Na contramão da história há, no entanto, os que escolheram outros caminhos, ou melhor, atalhos sombrios. São aqueles que, correndo por fora, abandonaram os ideais das Universidades. Bandearam para o lado dos governos em troca de cargos e vantagens efêmeras. Há os que se locupletaram e ainda se locupletam de "projetos" que utilizam a chancela de IES públicas respeitáveis para tirar proveitos pessoais e favorecer grupos corporativos. Tudo isto com a omissão cúmplice dos órgãos de fiscalização e o beneplácito do mesmo governo que nos oprime. A propósito, alguém conhece algum professor de sala de aula que conseguiu ficar rico com seus míseros proventos?
A
macdonaldização do ensino superior com a venda de franquias para qualquer biboca vulgariza o diploma de graduação e mais ainda o de pós graduação. Algumas verdadeiras espeluncas ficam a dever até às escolinhas mais precárias dos rincões mais remotos do país.Não dispoem de bibliotecas, laboratórios, equipamentos de multimídia. E ninguém se manifesta.
"A Educação se aproxima cada vez mais do modelo de quantificação e eficiência da fast-imbecilização. Seguindo o "McPadrão", o ensino passa a produzir em série estudantes com escassa capacidade de reflexão e invenção".(Revista
Carta Capital).
Estão vendendo a preço de liquidação diplomas de nivel superior.São discutíveis a competência de alguns profissionais desses cursos(estamos falando de alguns "professores", outros de comprovada competência são cúmplices do processo) e os critérios de avaliação. Há muita gente se locupletando. O negócio é tão rendoso quanto a utilização de uma seita religiosa e muito menos arriscado que o tráfico dxe drogas. Mas, na comparação com os embustes mencionados é tão danoso como eles.
Vai produzir uma legião de analfabetos funcionais e analfabetos políticos sem amor próprio, sem dignidade, sem competência para a reflexão crítica e a análise de fatos, limitados e submissos. Em suma vai criar um
BURACO NEGRO na educação. E isto evidentemente interessa aos governos. Analfabetos científicos e funcionais são massa de manobra dos espertos. Ao mesmo tempo "emprega" alguns professores garantindo-lhes uma renda adicional em troca do silêncio obsequioso.
A prosseguir este descalabro, nos próximos anos uma legião de
zumbís vai anular todo o esforço e todo o investimento feito pela interiorização das Universidades Estaduais. É sintomático que a a procura por cursos de nível superior nas Unidades da UECE tenha caido assustadoramente nos últimos vestibulares. É evidente que elas não se renovaram mas, a razão principal é que muitos que nunca lograram êxito no vestibular convencional, buscam facilidades. Vestibular mais fácil, aulas mais "amenas", avaliação através de trabalhos que são comprados a "profissionais" por uma bagatela.
Companheiros e companheiras. É esta a realidade conveniente que o governo não quer mudar para manter o povo "diplomado" eternamente submisso, servil, subserviente.
Entre remunerar dignamente os que exercem a profissão como sacerdócio e proteger os que mercantilizam a educação, o governo escolheu a segunda opção. Estimular o
analfabetismo político e o analfabetismo funcional, garantirá sua permanência no poder. Ele sabe que povo esclarecido é povo soberano, é povo livre. Alguns professores parecendo desconhecer seu papel de agentes transformadores da sociedade, por ação ou omissão, demonstram compactuar com a postura do governo. Lamentável!!!
A propósito, vem uma eleição por aí. Você tem coragem de votar em quem o está oprimindo?

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