"Essa mulher de fibra, que já passou por tudo, não tem medo de nada. (Chico Buarque)



INTERNAUTAS
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Daniel Milazzo
Especial para o UOL Eleições
No Rio de Janeiro

Dilma Rousseff (PT), candidata à presidência da República, participou na noite desta segunda-feira (18) de um encontro organizado com dezenas de artistas e intelectuais que manifestaram seu apoio à presidenciável petista, entre eles Oscar Niemeyer e Chico Buarque. A candidata evitou ataques diretos a seu adversário de campanha, José Serra (PSDB), mas não deixou de alfinetar a gestão Fernando Henrique Cardoso e o partido tucano.

“Nós recebemos o país de joelhos diante do Fundo Monetário Internacional [...] Nós não tínhamos dinheiro praticamente para nada. Porque tínhamos recebido também, misteriosamente, um país onde, depois de vender R$ 100 bilhões do patrimônio, a dívida tinha dobrado. O maior ‘milagre’ da gestão financeira dos tucanos”, ironizou Dilma.

A petista argumentou que pagar as dívidas junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) “foi condição para a altivez” do Brasil no cenário internacional e fator de garantia da soberania nacional. Para a ex-ministra da Casa Civil, o governo Lula quebrou o tabu de que crescimento não era possível com distribuição de renda.

“Nós não queremos ser os Estados Unidos da América do Sul, onde uma grande parte da população negra está na cadeia e uma parte da população branca pobre mora em trailer e não tem acesso às condições fundamentais de sobrevivência digna”, declarou a petista, antes de dizer que, para ser respeitado, o Brasil tem que zerar a própria miséria.

A presidenciável petista preferiu não tocar diretamente na polêmica do aborto, mas aproveitou para defender o caráter laico do Estado e cutucar o adversário. “Nós somos um país onde as mais diversas religiões [...] podem se encontrar na mesma escola e conviver. Tentar destilar o ódio religioso, a intolerância política ou qualquer preconceito não é característica de um país laico como o nosso. Nós não queremos um Estado apropriado por nenhuma crença, nenhuma religião”, pronunciou.

Nesta segunda-feira (18), o PT entrou com pedido junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que seja feita uma investigação sobre a autoria de panfletos que acusam Dilma de ser a favor do aborto e incentivam eleitores a votarem contra nela. Segundo o deputado federal José Eduardo Cardozo (PT), uma das sócias da gráfica onde o material foi produzido é filiada ao PSDB. Os tucanos negam envolvimento no caso.

Dilma elogia Marina

Dilma não comentou a posição de Marina Silva e do Partido Verde em manter-se neutro neste segundo turno das eleições presidenciais. A petista chegou a citar Marina após citar dados a respeito da redução do desmatamento na Amazônia e no cerrado. “Nós temos que ter orgulho de todas as políticas de meio ambiente implantadas no Brasil, inclusive pela ministra Marina, pelo ministro [Carlos] Minc”. Minc também estava presente no encontro.

A candidata petista aproveitou o assunto para abordar a questão do pré-sal. “O petróleo extraído do pré-sal não é para sujar nossa matriz, porque nós temos uma matriz limpa. O petróleo que nós extrairmos do pré-sal é para exportar, é para garantir que haja riqueza suficiente no Brasil”, afirmou a candidata, que emendou outra crítica ao partido de seu adversário no segundo turno.

“Manter o modelo anterior [de concessão] é privatizar o petróleo: botar o pré-sal, que é a maior riqueza de petróleo descoberta nos últimos anos, de ‘mão beijada’ para empresas privadas internacionais, é por isso que a bancada do PSDB votou contra o modelo de partilha”, afirmou Dilma, defendendo o modelo de partilha, segundo o qual caberia à União gerir e distribuir os dividendos da exploração do petróleo.

Semanas para entender aquele ‘você’

Logo no início de seu discurso, Dilma Rousseff recordou que escutou a música “Apesar de você”, de Chico Buarque, quando estava na prisão. “A gente não entendeu direito quem era ‘você’”, disse Dilma, arrancando risos da platéia e do próprio compositor. “Nós levamos alguns dias, algumas semanas, para perceber quem era esse ‘você’...”.

Em tempo. “Apesar de você amanhã há de ser outro dia” canta a letra de Chico, faz referência à ditadura militar que estava em vigor no Brasil

Intelectuais e artistas se unem em ato pró-Dilma

Intelectuais e artistas se unem em ato pró-Dilma

Oscar Niemeyer, Chico Buarque e várias personalidades viveram um clima de volta ao passado, como na campanha de Lula em 1989

18 de outubro de 2010 | 23h 57

Volta ao passado. Personalidades da música, da política, atores e intelectuais se encontraram no Teatro Casa Grande para dar apoio a candidata petista à Presidência da República como foi feito na campanha de Lula

RIO - Com a rara presença do cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda, que só perdeu em aplausos para o arquiteto Oscar Niemeyer, mais de mil artistas, intelectuais e militantes reuniram-se ontem em um ato em apoio à candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, no Teatro Casa Grande, tradicional ponto de encontro e espetáculos da esquerda carioca, na zona sul do Rio. Os manifestantes entregaram à Dilma um documento com mais de 10 mil assinaturas, muitas delas de eleitores de Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), no primeiro turno.

Chico Buarque fez um rápido pronunciamento com elogios à Dilma e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Essa mulher de fibra, que já passou por tudo, não tem medo de nada. Vai herdar o senso de justiça social, um marco do governo Lula, um governo que não corteja os poderosos de sempre, não despreza os sem-terra, os professores, garis. Um governo que fala de igual para igual com todos, que não fala fino com Washington, nem fala grosso com a Bolívia e o Paraguai", disse Chico, muito aplaudido pela plateia. Antes de falar, Chico mostrou-se surpreso: "Pensei que fosse ficar apenas como papagaio de pirata do Boff", brincou.


A presença de Niemeyer, de 102 anos, que chegou em cadeira de rodas e ficou durante todo o ato público no palco, foi saudada, entre muitos outros, pelo teólogo Leonardo Boff: "Hoje pela manhã eu pedi um sinal a Deus. Se Oscar Niemeyer for ao encontro será um sinal infalível que a vitória está garantida", contou. Neste momento, o arquiteto foi ovacionado pela plateia que gritava seu nome. Boff, citou a solidariedade como uma marca do governo Lula que será mantida por Dilma Rousseff, se for eleita.

O teólogo também fez uma referência indireta à onda de informações sobre um suposto apoio de Dilma à legalização do aborto e rejeição à união civil de homossexuais. "Se com Lula a esperança venceu o medo, com Dilma a verdade vai vencer a mentira", afirmou Boff. Em referência ao candidato do PSDB José Serra, Boff afirmou que "o projeto que se articula com a privatização e com os negócios encurta a população brasileira e não podemos permitir que ele volte".

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