ECOS DA MAIS SÓRDIDA DE TODAS AS CAMPANHAS ELEITORAIS: A CAMPANHA DO VALE-TUDO

INTERNAUTAS:

Serra fez campanha fratricida. Irmãos precisam se reunir. manchete do blog Conversa Afiada

Leiamos a análise feita por um jornalista, que não faz parte do PIG, sobre a eleição presidencial. Confira a origem do texto e leia os comentários clicando no título

Da polarização à politização da sociedade


Por Igor Felippe Santos


A eleição de Dilma Rousseff (PT) é uma vitória da sociedade brasileira. E não temos que ter vergonha de comemorar a derrota de José Serra (PSDB), que se tornou símbolo dos setores que se opõem às bandeiras progressistas no país.


A mídia burguesa, os setores conservadores da igreja católica e evangélica, os ruralistas mais truculentos e o imperialismo dos Estados Unidos perderam uma batalha importante com a derrota de Serra.


O tucano fez uma campanha fratricida, lançando mão de boatos, mentiras e ataques aos movimentos sociais (especialmente ao MST), com um corte de extrema-direita, para fazer terrorismo eleitoral. A imagem das mulheres grávidas no horário político de Serra demonstra sua opção pelo chamado “vale tudo”, inclusive jogar sua biografia no lixo.


Por debaixo dos panos, sem a coragem de debater publicamente, a campanha tucana satanizou a descriminalização do aborto e o casamento civil entre homossexuais, que já foram aprovados em países mais avançados. Com isso, os tucanos caíram no colo da Tradição, Família e Propriedade (TFP) e da Opus Dei.


O clima criado pela campanha de Serra, tanto a oficial como a das sombras, causou uma polarização eleitoral, que obrigou os setores mais importantes da sociedade a tomarem partido. Organizações da sociedade civil, entidades de classe, intelectuais, artistas, estudantes, médicos, profissionais liberais, igrejas e a mídia (desde as televisões, passando pelos jornais, até chegar à internet) tiveram que fazer uma opção entre Dilma e Serra. E aqueles que se omitiram, pagarão o preço de ver o trem da história passar nos próximos quatro anos.

Como o e mbate eleitoral teve um nível muito baixo, essa polarização não girou em torno de projetos políticos antagônicos para o Brasil, mas na capacidade dos candidatos de continuarem as linhas gerais do governo Lula. De qualquer forma, dois campos políticos se expressaram de forma clara nessas eleições, contraponto o setor progressista e conservador. Em 2006, por exemplo, o quadro político não ficou tão claro.


Nesse quadro, o grande desafio dos setores progressistas é manter a coesão desse bloco construído em torno de Dilma e politizar as disputas políticas que virão, em torno do programa democrático-popular. Assim, a partir desta eleição, esse campo poderá fazer pressão por mudanças estruturais necessárias para a sociedade brasileira, que garantam educação, saúde, moradia, saneamento básico e terra para os brasileiros.

Embora as políticas públicas nessas áreas sejam muito importantes, não terão forças para solucionar os princ ipais problemas que essa geração do povo brasileiro enfrenta no seu dia a dia. Os direitos sociais da população só estarão garantidos com reformas estruturais, que implicam enfrentar os interesses da classe dominante brasileira e internacional, que quer impor outra agenda ao país.


As forças do neoliberalismo, lideradas pelos bancos, capital financeiro, empresas transnacionais e os grandes meios de comunicação, farão o possível – e impossível, como mostraram na campanha – para impedir qualquer medida progressista do governo federal.


Não podemos ignorar, inclusive, que esses setores têm força e influência dentro da ampla coalizão de forças que venceu a eleição presidencial. Por isso, é fundamental a pressão da sociedade para enfrentar os interesses conservadores, inclusive dentro do que vier a ser o governo Dilma.


Os setores progressistas venceram uma batalha importante com a vitória de Dilma, mas a luta continua , será intensa e dependerá da participação de toda a sociedade brasileira, que precisa se posicionar em relação a cada disputa, enfrentando os interesses dos poderosos para garantir transformações sociais para resolver os problemas do povo brasileiro.


Igor Felippe Santos é jornalista, editor da Página do MST, integrante da Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária e do Centro de Estudos Barão de Itararé.

Alguns comentários de leitores:

Flavio Marcio

A derrota do Serra me lembra um filme antigo, em que numa fuga trapalhada, o prisioneiro rasga sua roupa para fazer uma “tereza” derrotado,lamenta: Eu poderia estar humilhado, mas pelo menos vestido.Serra também é um derrotado nú, abriu mão de sua história aliando a setores de ultra direita coma a ópus dei, agora se despede com um até logo, insinuando breve voltar ao poder; mas ,com que roupa? se a única que ele tinha, rasgou para confeccionar a “tereza?

Flavio Marcio

Vamos manter o pé nesta estrada.

Quem teve um papo reto com o povo, dando sua cota de apoio concreto à vitória da companheira, em cada bairro popular, favela, comunidade do interior, local de trabalho, grupo de amigos, na rua, tem que permanecer ligado.

Parabenizar cada popular por esta vitória épica, consolidar a tomada de consciência que ora se fortalece.

Só assim vamos poder manter a ofensiva rumo à democratização da democracia, rompendo os limites que os poderosos quinhentões querem impor ao povo.

E assim vamos virando o mundo em festa, trabalho e pão, desmantelando a distopia neoliberal!

Nota do blog: a charge acima é do Bessinha.Genial. Está no blog Conversa Afiada.

Serra rachou o Brasil para ficar com o pré-sal (charge de Bessinha)

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