QUIXADÁ X QUIXERAMOBIM: DAS ARENGAS DO FUTEBOL À BRIGA PELO HOSPITAL REGIONAL. É HORA DE ENCERRAR AS DISPUTAS PAROQUIAIS EM NOME DA DEFESA DA REGIÃO!!


INTERNAUTAS
Nada resolve agora buscar culpados e chorar sobre o leite derramado. "Alea iacta est", diria o imperador Júlio César.
No passado, algumas arengas comprometeram a boa relação de vizinhança entre Quixadá e Quixeramobim. Brigas por causa de futebol. Somos dos bons tempos do Bangu e do Comercial, na década e 50. Somos do tempo do João Eudes Costa, o paredão, do Pacoti e do Maffía, o goleiro malabarista. Eu sempre ficava atrás do gol do Quixadá para apreciar as defesas do Maffía. Maffía entrava no campo mascando chicletes. Gostava das bolas no ângulo. Ali ele voava. Abraçava a bola e, dava uma cambalhota e caia suavemente como um gato que nunca se machuca.
Ah! Velhos e bons tempos. Mas, a saudável disputa acabou por fomentar uma grande rivalidade. E a coisa ficou tão séria que as disputas de futebol acabaram.
Mas, a rivalidade de modo latente e discreto continuou.
Na década de oitenta, a paz reinou e até aconteceu um fato interessante: dois irmãos quixeramobimenses foram, prefeitos das duas cidades no mesmo período. Foram os irmãos Renato de Araújo Carneiro e Álvaro de Araújo Carneiro no período compreendido entre 1977 e 1983 .
Com a criação da FECLESC, a Prefeitura Municipal de Quixeramobim adquiriu um ônibus- o "balão mágico" para transportar estudantes universitários e pré-vestibulandos todas as noites para Quixadá. Logo que fomos contratado professor da FECLESC fomos visitar o prefeito Oswaldo Martins e pedir a manutenção do ônibus. Voltamos outras vezes fazendo um pedido idêntico aos prefeitos Antonio Machado e José Alves. Este último adquiriu um ônibus melhor e convidou-nos para a sua estreia que teve até comemoração em Uruquê.
Na direção da FECLESC fizemos um grande investimento em Quixeramobim em projetos de extensão. Em convênio com a prefeitura ministramos os cursos de Técnicas de Redação, Prática de Redação, Direitos Trabalhistas (todos pelo prof. William Guimarães) e de Primeiros Socorros pelo prof. Miguel Leitão. Todos os cursos forma ministrados em Quixeramobim.
Foi de Quixeramaobim que trouxemos material para a construção dos laboratórios da FECLESC. Em poucas horas visitamos algumas pessoas que generosamente contribuiram com material de construção: O sr. Sitônio Baia, o sr. Álvaro Carneiro, o Dr. Valmir, o prefeito Antonio Machado. Foram cinco carradas de material transportado no caminhão da Prefeitura entre telhas, madeira para o telhado, cimento, etc. Só o industrial Luizinho Girão nos enviou cem(100) sacos de cal transportados em uma caminhão cedido pelo empresário Ricardo Carneiro nosso ex-aluno e amigo pessoal.
Quixadenses e Quixeramobimenses.
Nos jardins da Reitoria da Universidade Federal há um busto do Magnífico Reitor Martins Filho que criou a UFC, a UECE e a URCA. Na pilastra que o suporta tem a seguinte inscrição: O universal pelo regional. Ou seja buscar o universal pelo fortalecimento do regional.
Estamos em uma região pobre e desassistida dos poderes públicos. É mais prudente somar esforços em defesa da sobrevivência que alimentar ranços e escaramuças que se configurem em uma guerra fraticida inócua e, diríamos, até perniciosa.
Nas nossas andanças em Minas Gerais, em comunidade pobres, pequenas cidades, vimos algo que nos impressionou e afirmou a boa e saudável convivência entre vizinhos. Os estabelecimento de consórcios, de parcerias. Um município tem um bom serviço de traumatologia com equipamentos adequados e corpo clínico especializado, o outro tem know-how em doenças infecciosas. Aí, através de convênios, estabelecem-se parcerias que eliminam barreiras e permitem o atendimento na região sem o deslocamento para os sobrecarregados hospital de Belo Horizonte. Por que não tentar o mesmo no Sertão Central. Tem dado certo a eleiminação das barreiras no capítulo educação. Na sala de aula dos cursos superiores de Quixadá não se pede passaporte. Por que não fazer o mesmo na área de saúde.
Somos todos irmãos e padecemos das mesmas agruras. Se somarmos nossos esforços com certeza a qualidade de vida de todos vai ficar bem melhor.
Grande abraço

3 comentários:

Hélio Duarte disse...

Grande professor Gilberto Telmo Sidney Marques, para começar um grande abraço, fico feliz pelas postagens que foram publicadas no blog, pois ambas me trouxeram grande nostalgia,mais até o Sr. querer me convencer que tecnicamente Quixeramobim é o melhor local para ser construído o HRSC são outros R$ 100,00(reais ou réis),fica explicito que talvez esteja tentando proteger alguém que poderia ter feito mais (lobby)para que esse empreendimento viesse para Quixadá.
Não pelo bairrismo como tenta o Senhor insinuar, mais posso precisar de sangue em um hospital que está a 42 km do hemocentro mais próximo, e o que falar do aeroporto, e a população em maior quantidade, farmacêuticos, enfermeiros, médicos, etc.: Vão todos se deslocar para Quixeramobim para fazer seus respectivos estágios e/ou residências?
Como um hospital nesse porte pode ficar que não seja na cidade “universitária”?
Caro professor, acho que deve visitar com mais freqüência nossa cidade. Quando a administração caótica e pífia que estamos atravessando saiba o senhor (já deve saber) que as outras postulantes a sediar o HRSC também atravessam o mesmo caos e que administrações municipais vão e às vezes voltam, mais esse empreendimento é pro resto da vida.
Estive em outrora do seu lado em todas as lutas mais nessa seguirei o caminho não do bairrismo, mais o técnico.
PS: Existe um grupo que ainda não entregou os pontos e vai recorrer à justiça, pois entende que esse dinheiro para o investimento é publico e tem que ser usado TECNICAMENTE e não mais uma vez para fazer graça com políticos corruptos.
O gonVERMEnador aguarde a resposta que Quixadá irá lhe dar.
Hélio Duarte
helioduartt@hotmail.com
Produtor cultural

Gilberto Telmo disse...

Querido Hélio
Não quis convencer ninguém sobre a escolha de Quixeramobim para sediar o Hospital Regional. Pelo contrário, até admiti a existência de lobby. Mas, responsabilizo a administração municipal pela sua incompetência de organizar uma grande luta pela implantação do Hospital Regional. Não defendi em nenhum momento o municípío de Quixeramobim. Mesmo correndo riscos de uma certa incompreensão da parte de meus conterrâneos, declarei abertamente o meu amor a Quixadá como sempre fiz.
Defendo agora é uma postura de união em torno de uma bandeira mais ampla que é a da integração regional em todos os setores e até citei o exemplo que conheço pessoalmente de Minas Gerais. O Rio Grande do Sul e Santa Catarina onde estive também por mais de um mês dá um grande exemplo de consolidação de consórcios e, não é por acaso que os governos estaduais sempre ouvem as comunidades para a implantação de grandes e pequenas obras nas Regiões. È assim em IJUÍ, CAXIAS DO SUL, ITAJAÍ, BLUMENAU, ETC, só para citar alguns exemplos que conheço de perto e onde convivi por cerca de um mês.
Falei apenas que não adiantava apenas chorar o leite derramado. Águas passadas não movem moinhos, querido Hélio.
Há que corrigir o que está errado e analisar friamente as causas que conduziram a esta escolha. Quixeramobim teve 3 vezes mais votos que Quixadá. A diferença foi tão grande que nos faz crer que houve omissão de quem de direito e até conivência de gente daí sobre o acontecido. Nada posso afirmar porque, em nenhum momento me envolvi nessa disputa. Reafirmo que por razões pessoais e sentimentais fiquei omisso. Portanto não participei como torcida. A minha dinâmica nem permitiu acompanhar pela imprensa as articulações de bastidores.Tenho trabalahado tanto, caro amigo, que até deixei de escrever no blog. E stive meteoricamente em Quixadá onde gostaria de tere passado o fim de semana. Mas estava convalescendo de uma cirurgia e até forcei a barra para cumprir um compromisso na FECLESC.
Reflita um pouco. Inteire-se sobre o que aconteceu por baixo do pano. Na leitura dos anais recentes da Assembléia Legislativa talvez, você encontre alguma pista. Nada mais posso falar porque nada mais posso provar. Mas, que houve articulações não convencionais, isto houve. Quem investigar deve encontrar algo.
O que proponho afinal é o fortalecimento da região habitada por iguais que sofrem as mesmas angústias e alimentam os mesmos sonhos.
Grande abraço

Gilberto Telmo disse...

Hélio
Você está equivocado quando fala que estamos em lados opostos. Não defendi razões políticas e nem técnicas. Em nenhum momento isto está explícito e nem subentendido. Fui claro, não sofismei, não trabalhei com entrelinha e nem com notas de rodapé. Leia com atenção.
Quanto a recorrer à justiça é legítimo. Não é dessa vez que estaremos em lados opostos e talvez isso nunca aconteça. Conhecendo os seus princípios tenho certeza que estaremos sempre do mesmo lado combatendo o bom combate.
Agradeço pela oportunidade de esclarecer aquilo que você, como bom Quixadaense, julgou ter entendido.