Da extraordinária publicação CARTA CAPITAL reproduzimos, em parte, matéria produzida pelo correto e corajoso jornalista Leandro Fortes:
Sobre jornalistas e sabujos
13/04/2009 16:08:03
13/04/2009 16:08:03
Leandro Fortes
Se alguém tinha alguma dúvida sobre o consórcio midiático montado para desqualificar o trabalho do delegado Protógenes Queiroz e livrar a cara do banqueiro Daniel Dantas, basta chafurdar na série de recentes posts de blogueiros da linha auxiliar do esgoto, escalados para não contaminar as páginas com o lixo que realmente interessa aos jornais e revistas envolvidos nessa estratégia.
Se alguém tinha alguma dúvida sobre o consórcio midiático montado para desqualificar o trabalho do delegado Protógenes Queiroz e livrar a cara do banqueiro Daniel Dantas, basta chafurdar na série de recentes posts de blogueiros da linha auxiliar do esgoto, escalados para não contaminar as páginas com o lixo que realmente interessa aos jornais e revistas envolvidos nessa estratégia.
A cobertura feita pelos jornalões do depoimento de Protógenes na CPI dos Grampos, na quarta-feira, dia 8 de abril, é o resumo dessa posição definitiva contra os efeitos da Operação Satiagraha, cujo emblema é a salvação não só de Daniel Dantas, mas da elite econômica e política ligada a ele. Contam, para tal, com a conivência obsequiosa do governo federal. Basta ler o noticiário sobre a ida de Protógenes à CPI dos Grampos, onde o delegado deu um baile na bancada de Dantas e desmontou a estratégia de desmoralização do deputado Marcelo Itagiba, inocentemente montada a partir da exibição de um powerpoint com supostas contradições do delegado. Vaiado pela platéia e execrado pelos colegas, Itagiba foi obrigado a enfiar a projeção no saco e a ouvir, pela primeira vez, em público, uma verdade que ele só consegue manter em surdina por que tem o apoio cínico de quase toda a mídia: na campanha de 2006, ele foi financiado por Dório Ferman, executivo do Grupo Opportunity, do banqueiro condenado Daniel Dantas. Logo, está eticamente impedido de ser o chefe da cruzada dantesca, ora em andamento no Congresso Nacional.
Quem jogou isso na cara dele, diante do mundo, foi o deputado Chico Alencar, do PSOL do Rio, mas quem quiser que tente se aventure a buscar a relevância desse fato nos jornalões ou nos portais corporativos da internet. Será uma garimpagem difícil. Parte da imprensa e dos blogs de repetição montados nas redações tornaram-se porta-vozes da nova Polícia Federal comandada pelo delegado Luiz Fernando Corrêa (diretor da Polícia Federal) , sobre quem paira uma denúncia gravíssima de tortura contra uma empregada doméstica no Rio Grande do Sul. Trata-se de assunto ignorado pela chamada “grande mídia”, cada vez mais um aglomerado de jornais e revistas decadentes onde não há mais espaço para a verdade, nem muito menos para a criatividade e o humor.
Movidos por interesses outros, que não o jornalismo, os mandatários dos jornais brasileiros dedicam-se a um rancor reacionário contra Protógenes e a Satiagraha, doença infantil do elitismo nacional que se espalha como catapora pelas redações.
Leia a reportagem completa em Carta Capital.
Comentário do blog: isto é o Brasil da inversão de valores. Estado democrático de direito servindo aos mais sórdidos interesses. Dois delegados que deram à Polícia Federal outra dimensão, transformando-a em polícia judiciária, expondo as mazelas dos grandes vigaristas estão sendo literalmente destruídos.
Paulo Lacerda foi exonerado de sua funções e posto no ostracismo e Protógenes será excluído dos quadros da Polícia Federal. Enquanto isso, os dois pricincipais membros da CPI dos grampos, criada para julgar e condenar Protógenes, têm o "rabo preso". Leia a matéria a seguir do boletim de H.S.Liberal:
"Onde alguém leu/viu/ouviu ou ficou sabendo que o cediço presidente da CPI dos Grampos, Marcelo Itagiba, do PMDB, como o falastrão deputado Raul Jungmann, do PPS, “foi financiado (em 2006) por Dório Ferman, executivo do Grupo Opportunity, do banqueiro condenado Daniel Dantas?”. E que, por isso, deveria “eticamente considerar-se impedido de ser o chefe (e subchefe) da cruzada dantesca no Congresso Nacional?”
Que país? Que democracia? Democracia para corromper a imprensa, comprar jornalistas mercenários? Democracia para perseguir, humilhar, punir dois delegados e um juiz que apenas cumpriram o dever revelando para o mundo as falcatruas de um banqueiro e recolheram-no à prisão para que o inquérito não fosse abafado? Que estado de direito democrático é esse a serviço da corrupção e da exploração do povo que continua sendo roubado e privado dos bens gerados pelo desempenho da economia?
Tem razão Castro Alves: "Que povo é esse que a bandeira empresta para cobrir tanta infâmia e covardia".
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