AMIGOS QUIXADAENSES
Revolvendo o baú encontrei esta crônica publicada no jornal O POVO de 20 de abril de 1989
A
Alegoria da Bengala
O ano de 1988 foi,
indiscutivelmente uma no de glória para a estimadíssima FECLESC. O
reconhecimento de seus cursos baniu o fantasma que a todos aterrorizava. A
Faculdade de Quixadá estava salva. Não fecharia jamais.
A comunidade acadêmica respirou
aliviada. A alegria contagiou a todos. E foi nesse clima que se realizou a calourada da FECLESC, por volta
do mês de abril.
A festa de confraternização dos
calouros era uma justa comemoração pela vitória merecida. A vitória do
compromisso de uns poucos, hoje no ostracismo e descambando para o
esquecimento, e da solidariedade de muitas pessoas anônimas desse sertão de meu
Deus.
Aquela calourada marcou-me por um
gesto de ternura dos estudantes. No bojo das comemorações presentearam-me com
uma bengala.
Parecia uma alusão à minha idade.
Mas, apenas parecia. Eu ainda não era tão velho, apenas passado dos quarenta.
Quarenta e “uns” anos.
Recebi com imensa satisfação o
presente. Nos anos seguintes ele teria um significado todo especial. Virou um
preciosíssimo talismã. Era uma bengala que, nas horas de luta seria empunhada
simbolicamente para intimidar o inimigo. Amedrontá-lo. E nas horas de canseira
serviria, simbolicamente, para ajudar-me a manter firmes as passadas em direção
ao futuro.
Está comigo até hoje aquela
bengala de madeira laqueada de branco. Ficará comigo até o dia em que
efetivamente necessite usá-la, talvez para a minha própria locomoção.
Ficará comigo o presente precioso
dos preciosos alunos que me confiaram a direção da faculdade e o seu próprio
destino naquele período memorável. È o símbolo material de seu apoio: os
alunos, eles próprios, sempre foram a minha bengala.
HOMENAGEM AOS QUERIDOS VELHOS DA FECLESC: LUIZ OSWALDO (O DECANO), WILLIAM, CARLOS JACINTO, WILTON PACHECO E OUTROS "DINOSSAUROS" (NO BOM SENTIDO).
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