UNE: SETENTA ANOS DE LUTAS DIFÍCEIS E MUITAS CONQUISTAS












AS LUTAS DA UNE SE CONFUNDEM COM AS LUTAS DO POVO BRASILEIRO
A septuagenária União Nacional do Estudantes (UNE) durante toda a sua existência esteve presente nos eventos políticos, culturais e sociais do Brasil. Lutou pelo fim da ditadura do Estado Novo, contra o nazismo (1942), fez a campanha do Petróleo é Nosso (1957)que ensejou a criação da Petrobrás. Nos anos de chumbo do regime da ditadura militar lutou contra a privatização da universidade e o acordo MEC-USAID para a implantação da reforma universitária. Lutou contra todas as arbitrariedades, participou ativamente da campanha das Diretas Já e do movimento pelo impeachment do presidente Collor, combateu as privatizações e o neoliberalismo na era FHC.
No dia primeiro de abril a primeira e violenta manifestação de intolerância da ditadura fascista voltou-se contra a sede da UNE na praia do Flamengo (RJ) que foi incendiada por instigação do governador da Guanabara o reacionário Carlos Lacerda (O Corvo) de triste memória. Anos depois o que sobrou do velho casarão foi demolido por ordens do ditador João (quero que me esqueçam) Figueiredo em 1980.
Na década de sessenta (1961-1962), sob a presidência de Aldo Arantes considerado um dos presidentes mais importantes foram criados o Centro Popular de Cultura e Arte (CPC) e do projeto "UNE Volante", uma caravana que percorreu todo o país mobilizando os jovens pela reforma universitária.
Participavam do projeto Carlos Vereza e sua ex- Renata Sorrah, Claudio Marzoe sua ex- Beth Faria, Paulo José e sua ex-Dina Sfat (prematuramente falecida) e outros que depois iriam se tornar grandes astros globais. A UNE vivia sua época áurea e era conhecida como 'Casa da Resistência Democrática'. Estiverem visitando a sede da UNE o presidente da República João Goulart e todos os seus ministros – incluindo os militares- e a presença do primeiro astronauta da história, o russo Yuri Gagarin.
Principais presidentes da UNE:
1961/62 - Aldo Arantes
1963/64 - José Serra
1965/66 - Antônio Xavier/Altino Dantas
1966/68 - José Luiz Guedes
1968/69 - Luís Travassos
1969/71 - Jean Marc van der Weid
1971/73 - Honestino Guimarães
1979/80 - Rui César Costa Silva
1980/81 - Aldo Rebelo


Observem que no período 1973/1979 após o assassinato do seu presidente Honestino Guimarães (até hoje dado como “desaparecido”) a UNE foi literalmente aniquilada pela ditadura militar. Não conseguiu sobreviver nem na clandestinidade.Retomou às atividades em 1979 quando ocorreram as eleições diretas em todo o país para a sua direção. A direita tentou inutilmente corromper os estudantes apoiando uma chapa fantoche. Mas, nem a ditadura moribunda e desacreditada pode impedir a ressurreição da Fênix. A velha e querida UNE voltava ao cenário político nacional.
(texto de Gilberto Telmo Sidney Marques)
Referências:
http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/37755.shtml
http://www.une.org.br/home3/une_on-line/m_4161.html
http://www.une.org.br/home3/acampamento/m_7568.html
http://www.mme.org.br/main.asp?Team=%7B6CB6B3C4-B6BF-4D56-8B2E-286CD15F2893%7D

www.une.org.br

ALMEIDA, Junior Antonio Mendes de. Movimento estudantil no Brasil. São Paulo: Brasiliense, l981 (Tudo É História, 23).
SANFELICE, José Luis. Movimento estudantil: a UNE na resistência ao golpe de 64. São Paulo: Cortez, 1986.

Na foto da esquerda o incêndio criminoso da sede da UNE e na foto da direita o majestoso palacete que abrigou a UNE até primeiro de abril de 1964 e que tinha sido tomado dos alemães nazistas na 2a. guerra pelos estudantes da época.

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