"Do rio que tudo arrasta se diz violento, mas não se dizem violentas as margens que o oprimem." (Bertold Brecht)
Curto muito os shopping centers. São, sem dúvida, maravilhas do capitalismo. Mesmo deixando de considerar o inalienável apelo consumista que lhes é inerente, os shoppings centers fascinam pela variedade de lojas, cinemas, lanchonetes e sobretudo pela gente bonita que neles circula. A mim, além ver pessoas bonitas, me interessam as lojas de eletrônicos, equipamentos de informática e as livrarias onde vou me atualizar com os últimos lançamentos, mesmo sem poder comprá-los. Nessas circuladas encontro amigos. Detenho-me em um papo rápido, discuto conjuntura e acabo aprendendo alguma coisa. O passeio vira um "tour" cultural. Liberto-me, por algum tempo, da terrível sensação de confinamento nesta terra do exílio. O shopping me transporta para além da província, para outra cidade para um centro avançado. Viajo sem gastar muito (apenas o ticket do estacionamento) e sem sair de Fortaleza.
Há duas semanas encontro, em uma dessas catedrais do consumo, o padre Gabriel, meu ex-aluno da Escola Marvin e, atualmente, vereador em Maracanaú. Conversamos sobre o tema recorrente da violência. E não falamos nem do Afeganistão nem do Iraque. Falamos sobre o Brasil.
Às vezes eu tenho a impressão que o Iraque e o Afeganistão estão próximos de nós, bem ali, no Rio de Janeiro.
Mas o que mais nos impressionou a ambos foi uma descoberta: o berço da violência não é o Rio de Janeiro. Os piores bandidos não são aqueles marginais que vivem escondidos em casamatas desconfortáveis na Rocinha, no complexo do Alemão. Como ratos imundos. Trocando tiros com a polícia e com data quase marcada para morrer.
Aqueles personagens da guerra urbana não são inocentes e vítimas das injustiças sociais como se costuma pregar. Mas, na história da violência urbana, são instrumentos de bandidos mais perigosos que estão muito longe do alcance da polícia e da justiça.
Há algum tempo o bandido Marcola dizia para uma repórter do jornal o Globo que ele e seus sequazes não eram os verdadeiros comandantes do tráfico. Tinha gente mais poderosa nas posições de mando. Foi claro, taxativo e não tergiversou na definição dos "chefões".
Há duas semanas encontro, em uma dessas catedrais do consumo, o padre Gabriel, meu ex-aluno da Escola Marvin e, atualmente, vereador em Maracanaú. Conversamos sobre o tema recorrente da violência. E não falamos nem do Afeganistão nem do Iraque. Falamos sobre o Brasil.
Às vezes eu tenho a impressão que o Iraque e o Afeganistão estão próximos de nós, bem ali, no Rio de Janeiro.
Mas o que mais nos impressionou a ambos foi uma descoberta: o berço da violência não é o Rio de Janeiro. Os piores bandidos não são aqueles marginais que vivem escondidos em casamatas desconfortáveis na Rocinha, no complexo do Alemão. Como ratos imundos. Trocando tiros com a polícia e com data quase marcada para morrer.
Aqueles personagens da guerra urbana não são inocentes e vítimas das injustiças sociais como se costuma pregar. Mas, na história da violência urbana, são instrumentos de bandidos mais perigosos que estão muito longe do alcance da polícia e da justiça.
Há algum tempo o bandido Marcola dizia para uma repórter do jornal o Globo que ele e seus sequazes não eram os verdadeiros comandantes do tráfico. Tinha gente mais poderosa nas posições de mando. Foi claro, taxativo e não tergiversou na definição dos "chefões".
Confira:
Pergunta o repórter de O Globo - "Mas o que devemos fazer?"
Marcola: - "Vou dar um toque, mesmo contra mim. Peguem os barões do pó! Tem deputado, senador, tem generais, tem até ex-presidentes do Paraguai nas paradas de cocaína e armas. Mas quem vai fazer isso? O Exército? Com que grana? Não tem dinheiro nem para o rancho dos recrutas... O país está quebrado, sustentando um Estado morto a juros de 20% ao ano, e o Lula ainda aumenta os gastos públicos, empregando 40 mil picaretas. O Exército vai lutar contra o PCC e o CV? Estou lendo o Klausewitz, "Sobre a guerra". Não há perspectiva de êxito... Nós somos formigas devoradoras, escondidas nas brechas... A gente já tem até foguete antitanques... Se bobear, vão rolar uns Stingers aí... P’ra acabar com a gente, só jogando bomba atômica nas favelas... Aliás, a gente acaba arranjando também "umazinha", daquelas bombas sujas mesmo... Já pensou? Ipanema radioativa?"
Veja a entrevista completa em :
Afinal onde nasce a violência?
A violência é gestada em Brasília. Lá estão os chefes da máfia do tráfico das drogas, das contravenções, do crime organizado. E estão fora do alcance da polícia e da justiça, blindados por uma toga ou um mandato popular.
A raiz da violência é a corrupção desenfreada praticada pelos políticos a cada dia. Como um imenso parafuso de rosca. De rosca sem fim. Até quando ?
A raiz da violência é a corrupção desenfreada praticada pelos políticos a cada dia. Como um imenso parafuso de rosca. De rosca sem fim. Até quando ?
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