Por interferência do IPHAN, Academia Quixadaense de Letras fica sem sua sede

CARÍSSIMOS(AS) AMIGOS(AS) QUIXADAENSES


Somente na data de hoje tomamos conhecimento do impasse gerado pela incompreensão e a insensibilidade do IPHAN que, de maneira arbitrária impediu o funcionamento da ACADEMIA QUIXADAENSE DE LETRAS no prédio que lhe fora cedido pela empresa proprietária do mesmo.
Quixadá é o berço de artistas e intelectuais. O gesto intempestivo do IPHAN revela sua incompreensão uma total ignorância sobre a importância da  Academia e a sua contribuição inequívoca para a construção de uma sociedade mais culta e mais preparada para enfrentar os grandes desafios do futuro A pretexto de preservar o patrimônio histórico, literalmente abandonado, o IPHAN ameaça o patrimônio imaterial que a Academia representa.  

Conhecemos o cronista e historiador João Eudes Costa desde a década de 1960 acompanhando suas crônicas bem elaboradas publicadas na imprensa cearense. 
Foi ele, como correspondente do jornal O POVO,  quem primeiro anunciou a luta pela implantação da Faculdade de Quixadá em matéria publicada em 06 de setembro de 1965 naquele órgão de imprensa. A matéria é, na nossa concepção, a certidão de nascimento da nossa querida e inesquecível FECLESC.

Na nossa adolescência tivemos oportunidade de vê-lo defendendo a seleção de Quixadá contra a seleção de Quixeramobim e acompanhamos, posteriormente,  o seu entusiasmo e a sua dedicação à cultura  e ao esporte amador na Terra dos Monólitos.
A partir de nossa ida para a imortal FECLESC, em Quixadá, na década de 1980, passamos a ter contato pessoal com o mesmo e conversamos com o escritor durante a gênese de sua obra de grande fôlego RETALHOS DE QUIXADÁ um precioso documento para ser adotado em todas as escolas do município e que, certamente passará como um grande legado para a posteridade. 
Lemos o livro com sofreguidão e o guardamos cuidadosamente na nossa estante.

RETALHOS DE QUIXADÁ é uma referência, um delicioso passeio pela Quixadá antiga, das charretes, do Curtume Belém, da Luzia,  um resgate da belíssima história da PRINCESA DO SERTÃO, privilegiada na beleza de seus monólitos e no entusiasmo de seus filhos e de quantos tiveram e teem a graça de nela habitarem.

Saudamos intimamente a criação da Academia cujos pressupostos estão bem definidos no objeto de sua criação.
Temos a absoluta convicção que o incidente causado pela incompreensão do IPHAN jamais será um obstáculo intransponível na caminhada de João Eudes, Ângela Borges e dos acadêmicos que pontificam na instituição.
Emprestamos, ao final, a nossa mais irrestrita solidariedade aos valorosos membros da ACADEMIA QUIXADAENSE DE LETRAS na certeza de que, apesar do obscurantismo do IPHAN a academia resistirá e terá uma trajetória plena de luzes e glórias.

Gilberto Telmo Sidney Marques - professor aposentado da UECE e cidadão quixadaense


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