FERREIRA GULLAR: O POETA DA LIBERDADE. 80 ANOS DE RESISTÊNCIA



INTERNAUTAS


Na data de ontem, dia 10 de setembro , o poeta Ferreira Gullar completou 80 anos bem vividos. Remanescente de uma geração de intelectuais engajados como Mário Lago (ator, compositor e teatrólogo) e Ênio Silveira (editor), seu nome de batismo é JOSÉ RIBAMAR (como muitos outros maranhenses) Ferreira nasceu em no dia 10 de setembro de 1930 em São Luis, capital do Maranhão.


A mídia, que hoje só trata, com objetivos bem definidos, da receitagate, não rendeu ao poeta as devidas homenagens.
Leiamos um pouco de sua biografia pinçada do site RELEITURAS
Ferreira Gullar (José Ribamar Ferreira), era o quarto filho dos onze que teriam seus pais, Newton Ferreira e Alzira Ribeiro Goulart. Fez seus primeiros estudos em São Luis. Seu primeiro poema foi O Trabalho criticando o fato de não se trabalhar no dia do trabalho e foi publicado em no jornal O Combate em 1945. Torna-se locutor da Rádio Timbira e colaborador do "Diário de São Luís", em 1948.Editado com recursos próprios e o apoio do Centro Cultural Gonçalves Dias, publica seu primeiro livro de poesia, "Um pouco acima do chão".Em 1950, após haver presenciado o assassinato de um operário pela polícia, durante um comício de Adhemar de Barros na Praça João Lisboa, em São Luís, nega-se a ler, em seu programa de rádio, uma nota que aponta os "baderneiros" e "comunistas" como responsáveis pelo ocorrido. Perde o emprego.

Mudou-se para o Rio onde se abriram para ele as portas do mundo literário convivendo com Haroldo e Augusto de Campos e Décio Pignatari
Foi revisor das revistas O CRUZEIRO , MANCHETE e do DIÁRIO CARIOCA, tendo ainda trabalhado no suplemento dominical do Jornal do Brasil..
No dia 1º de abril de 1964, filia-se ao Partido Comunista Brasileiro. Ao lado de Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes, Thereza Aragão, Pichin Pla, entre outros, funda o "Grupo Opinião
Com a assinatura do Ato Institucional nº 5, é preso, em companhia de Paulo Francis, Caetano Veloso e Gilberto Gil.Em 1969, lança o ensaio "Vanguarda e subdesenvolvimento".1970 marca sua entrada na clandestinidade. Passa a dedicar-se à pintura.Informado por amigos, em 1971, do risco que corria se continuasse no Brasil, decide partir para o exílio, morando primeiro em Moscou (Russia) e depois em Santiago (Chile), Lima (Peru) e Buenos Aires (Argentina). Durante esse período, colabora com o semanário "O Pasquim", sob o pseudônimo de Frederico Marques. Em 1974, por unanimidade, é absolvido no Supremo Tribunal Federal.
Mesmo assim Gullar permaneceu na Argentina Gullar dando aulas particulares de português em Buenos Aires, para poder sobreviver. Amigos tentam um salvo-conduto junto às autoridades militares, procurando obter garantias para que ele volta ao país.Somente em 10 de março de 1977 desembarca no Rio. No dia seguinte, é preso pelo Departamento de Polícia Política e Social, órgão sucessor do famoso "DOPS". As ameaças feitas por agentes policiais, que se estendiam a membros de sua família, só terminaram após 72 horas de interrogatórios, ocasião em que é libertado face à movimentação de amigos junto às autoridades do regime militar.
Em 2002, é indicado ao Prêmio Nobel de Literatura por nove professores titulares de universidades de Brasil, Portugal e Estados Unidos. São relançados num só livro, os ensaios dos anos 60: “Cultura posta em questão” e “Vanguarda e subdesenvolvimento”. Em dezembro o poeta recebe o Prêmio Príncipe Claus, da Holanda, dado a artistas, escritores e instituições culturais de fora da Europa que tenham contribuído para mudar a sociedade, a arte ou a visão cultural de seu país.Lança “Relâmpagos”, reunindo 49 textos curtos sobre artes, abordando obras de Michelangelo, Renoir, Picasso, Calder, Iberê Camargo e muitos outros.A edição 2010 do Prêmio Luís de Camões ficou com o brasileiro Ferreira Gullar. O mais importante prêmio literário da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, criado em conjunto pelos governos do Brasil e de Portugal, renderá ao escritor 100 mil euros. Já foram agraciados, entre outros, João Ubaldo Ribeiro, João Cabral de Melo Neto, Arménio Vieira, Rubem Fonseca, Miguel Torga, Antonio Candido, Lygia Fagundes Telles, Lobo Antunes. O premiado poeta completa 80 anos em 10 de setembro, quando lançará pela Ed. José Olympio "Em alguma parte alguma", seu primeiro livro de poemas em mais de uma década. Poeta consagrado, o maranhense é também ensaísta, tradutor, dramaturgo e crítico de arte — além de assíduo palestrante sempre acompanhado por platéias numerosas. Entre suas obras mais importantes estão "Poema sujo" (1976", "Argumentação contra a morte da arte" (1993) e "Muitas vozes" (1999).
Nota do blog: O aniversário do poeta foi ontem, mas não poderíamos aqui silenciar e nem deixar a data desapercebida. A extensa biografia de Ferreira Gullar que está no site RELEITURAS que você pode acessar clicando no link.
Nosso abraço solidário ao poeta da liberdade. Longa vida ao Poeta Ferreira Gullar sobrevivente digno da era das trevas.

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